quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Conserva de Beterraba, Cenoura e Pimenta



Alimento infalível no tratamento da anemia e indispensável em dietas, a beterraba é um dos tubérculos mais consumidos no mundo inteiro. Com grande valor nutritivo, contendo hidratos de carbono, sais minerais, vitaminas A, B e C e alta carga de ferro, o vegetal traz segredos que podem ser descobertos ao tilintar das panelas. 


Conserva de Beterraba


Ingredientes
1 cebola grande cortada em rodelas
1 copo de 250 ml de vinagre de vinho tinto
3 colheres (sopa) de azeite de oliva
3 dentes de alho amassados
1 colher (sopa) de orégano
1 kg de beterraba
Sal a gosto

Modo de preparo
Misture a cebola, o vinagre, o azeite, o alho o orégano e o sal. Reserve. Cozinhe as beterrabas inteiras, em panela de pressão, por cerca de 20 minutos. Descasque-as ainda quentes sob água corrente e corte-as em rodelas. Mergulhe-as no tempero. Podem ser servidas imediatamente, mas o sabor se acentua após algumas horas.

Rendimento
12 porções




Beterraba em conserva


Para 1 kg de beterrabas:
6 dl de água
1 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de vinagre branco

Descascar as beterrabas e cortá-las em rodelas finas - tipo chips.
Ferver a água com o sal, retirar do fogo e juntar o vinagre.
Colocar as rodelas de beterraba em frascos esterilizados e encher até ao bordo com a água. Fechar muito bem e levar a criar vácuo numa panela com água a ferver, colocando dentro os frascos de maneira que fiquem completamente submersos. Deixe ferver em lume brando cerca de 10 minutos, desligue o fogão e retire os frascos quando a água arrefecer.
Conserva-se cerca de 1 ano.
Para servir em saladas, basta retirar dos frascos, passar por água fria e servir com um molho de salada da sua preferência.


Fonte: http://www.vivaviver.com.br


Rica em Vitamina A, B1, B2, B5, C, açúcar, ferro, cobre, potássio, silício,sódio, cloro, zinco,manganês.
Valor nutricional de 100g de beterraba crua*48,9 calorias; *9 g de hidratos de carbono; *3 g de proteínas; *0,1 g de lípidos (gorduras); *32 mg de cálcio; *40 mg de fósforo; *2,5 mg de ferro; *351 mg de potássio; *150 μg de ácido fólico; *5 mg de vitamina C e *2 g de fibras.
Os valores nutricionais da beterraba cozida ou em conserva não diferem muito dos da crua. Estudos comprovam que o consumo de meio litro de suco de beterraba por dia pode ajudar a baixar a pressão arterial, pois apresenta nitrato em sua composição, substância que provoca
hipotensão.


Ingredientes


1,0 kg de beterraba crua
Lavar e higienizar as beterrabas.
Cozinhá-las com casca, até que seja possível penetrar o garfo sem fazer força. Descascá-las e
cortá-las, conforme mostrado ao lado.
1 parte de vinagre de álcool (250mL)
2,5% de açúcar cristal (25g)
2,0% de sal refinado (20g)
3 partes de água potável (750mL)
Misturar em uma panela a água, o açúcar e o sal. Ferver e, quando estiver fervendo, acrescentar o vinagre. Deixar ferver por mais 5 minutos.
Verter sobre os potes de vidro previamente cheios com as beterrabas.
Distribuir os potes na panela contendo água fervente, aguardar levantar fervura e manter fervendo por 15-20 minutos.
Com o auxílio de uma faca, retirar as bolhas de ar que se formam nos potes. Logo após a retirada
das bolhas de ar, completar com a salmoura até transbordar. Fechar imediatamente com tampas
metálicas novas.
Após o tempo de fervura, fazer o resfriamento, conforme mostrado na figura, até atingir temperatura em torno de 37-40ºC (isto é verificado encostando o pote de vidro no rosto e sentindo-o quente sem queimar).
Aguardar 10 dias para que o produto entre em equilíbrio e possa, então, ser consumido.



fonte : EMBRAPA

CENOURA


Cenoura, fonte de saúde
A cenoura é uma das hortaliças mais consumidas no Brasil, sendo tradicionalmente usada em saladas, crua ou cozida, em bolos e conservas, entre outras formas de aproveitamento. Importante fonte de vitamina A e de minerais como cálcio, sódio e potássio, possui propriedades antioxidantes que ajudam a combater os radicais livres causadores de envelhecimento celular. A ingestão dessa hortaliça, nas quantidades
 
 
recomendadas, ajuda a regular as funções intestinais, estimular o apetite e prevenir problemas de visão. Todas essas vantagens estão presentes em novas formas de consumo de cenoura.


Conserva de Cenoura - Lave muito bem as ceouras novas e raspe as cascas, com uma faca.
Corte-as em rodelas com uma faca; leve-as ao fogo, cobertas por água temperada com sal. Quando levantar fervura, retire-as do fogo e escorra a água. Deite as cenouras e cubra-as com vinagre. Tempere-as com sal, pimenta, louro e gengibre e feche os vidros em seguida. Deixe os vidros ferverem durante 20 minutos, segundo as instruções gerais.



a) uma panela ou caldeirão grande;
b) uma grade colocada no interior da panela para evitar que os potes se quebrem ou rachem ao contato direto com o fundo da panela;
c) potes apropriados para conservas que podem ser de vários tipos: de gancho, de rosca, de pressão;
d) facas de aço inoxidável e colher de pau.

Verifique se os vidros funcionam bem, enchendo-os de água quente, ajustando as tampas e virando-os para baixo: se a água não escapar, os vidros estão bons.
Depois do teste, esvazie os vidros, lave-os bem, assim como suas tampas, com água e sabão, e coloque-os no caldeirão, deixando-os ferver por 20 minutos.
Deixe esfriar os potes dentro da própria panela (tampada até a hora de utilizá-los).
Escolha e lave com cuidado os alimentos, que devem estar perfeitos, em água corrente. Prepare-os de acordo com a receita, coloque-os no pote e feche bem o vidro. (Se a tampa tiver anel de borracha, veja se está bem centralizado).
Coloque os potes na panela em cima da grade e cubra-os com água fria até ultrapassar suas tampas (cerca de dois dedos). Deixe ferver durante o tempo estabelecido na receita.
Desligue o fogo e deixe a água esfriar. Retire os potes, colocando-os em cima de um pano seco até a conserva esfriar completamente. Enxugue e guarde. Não mexa nem aperte as tampas ou roscas enquanto o vidro estiver quente.



CONSERVA DE CENOURAS

4 cenouras
sal e pimenta
3 dentes de alho
1 colher de chá de colorau
1 colher de chá de erva doce
1 raminho de salsa
1dl de vinagre
Descasque as cenouras, lave-as e coza-as inteiras em água temperada com sal durante 25 minutos.
Depois de cozidas escorra-as e deixe-as arrefecer. Corte-as às rodelas grossas para dentro de uma tigela, junte-lhes os alhos picados, o colorau e a erva-doce, assim como o raminho de salsa picado e um pouco de pimenta e envolva bem.
Coloque dentro de um frasco de vidro (ou de um frasco que feche hermeticamente) e junte o vinagre, agitando um pouco.
Tape e reserve em local fresco e escuro durante 3 ou 4 dias antes de servir.



 PIMENTA





As pimentas e os pimentões pertencem à família Solanaceae e ao gênero Capsicum. É cultivada principalmente nos estados de MG, BA e GO. Consumidas no Brasil, principalmente na forma de conserva de fruto inteiro em vinagre ou azeite.
A pungência ou picância das pimentas deve-se a presença da capsaicina. A substância química que dá à pimenta o seu caráter ardido é exatamente esta que possui as propriedades benéficas à saúde. A capsaicina têm propriedades medicinais comprovadas, atua como cicatrizante de feridas, antioxidante, dissolução de coágulos sanguíneos previne a arteriosclerose, controla o colesterol, evita
hemorragias, aumenta a resistência física.  Além disso, influencia a liberação de endorfinas, causando uma sensação de bem-estar muito agradável, na elevação do humor.




Ingredientes
- pimentas dedo de moça, partidas ao meio e sem sementes
- 2 dentes de alho
- 2 colheres de chá de sal marinho
- 2 a 3 limões (depende do tamanho)
- 1 vidro vazio esterilizado (esse vidrinho aí tinha uns 8cm de altura)
Importante: Tirei a semente senão o negócio ia ficar brabo e coloquei limão, ao invés de azeite ou óleo, porque senão ia ficar forte também.
Para esterilizar o vidro
Peguei uma caneca grandona e coloquei o vidro limpo dentro. Coloquei água e levei ao microondas por 3 minutos, até a água ferver e pipocar pra fora. Tirei a caneta com cuidado e peguei o vidro com um pano limpo. Sequei sem encostar as mãos no vidro e deixei reservado.
Para preparar a pimentar
Parti ao meio todas as pimentas e tirei as sementes. Use luvas ou tome bastante cuidado, pois sem querer você pode passar as mãos nos olhos. Lave as pimentas em água corrente e deixe secar em cima de um pano limpo. É importante que as pimentas estejam secas, antes de ir para o vidro, senão sua conserva irá mofar.
Para preparar a conserva
Disponha as pimentas em pé, dentro do vidro, até não caber mais. Encha o vidro com o suco dos limões (sem sementes), coloque o sal e os dentes de alho em cima. Tampe bem, dê uma sacodida de leve no vidro e reserve em local seco por alguns dias, antes de consumir. Não abra o vidro antes, só pra ficar cheirando a pimenta. 
 PIMENTA MALAGUETA - QUANTIDADE À GOSTO

* 1 DENTE DE ALHO

* 1 COLHER DE SOBREMESA DE PIMENTA CALABRESA DESIDRATADA

* 1 COLHER DE CHÁ DE PIMENTA DE LIMÃO EM PÓ

* 1 COLHER DE CHÁ DE ALECRIM DESIDRATADO

* 1 COLHER DE CHÁ DE SAL

* CACHAÇA À GOSTO

* AZEITE À GOSTO

PRIMEIRAMENTE ESTERILIZE UM VIDRO COM TAMPA HERMÉTICA EM ÁGUA FERVENTE.

COLOQUE A PIMENTA MALAGUETA - SEM OS CABINHOS - DENTRO DO VIDRO. ACRESCENTE O ALHO PICADO, A PIMENTA CALABRESA, A PIMENTA DE LIMÃO, O ALECRIM, O SAL, A CACHAÇA E O AZEITE.

FECHE O VIDRO E AGITE-O PARA QUE OS INGREDIENTES SE MISTUREM.

MANTENHA O VIDRO NA GELADEIRA POR 7 DIAS ANTES DE INICIAR O CONSUMO.

A CONSERVA DEVE SER MANTIDA SEMPRE NA GELADEIRA PARA EVITAR A FERMENTAÇÃO.



# A CACHAÇA PODE SER SUBSTITUÍDA POR VINAGRE.


# CASO DESEJE MANTER A CONSERVA FORA DA GELADEIRA, É NECESSÁRIO FAZER OBRANQUEAMENTO  DA PIMENTA MALAGUETA PARA QUE ELA NÃO FERMENTE.
ALÉM DISSO, A CONSERVA DEVERÁ SER MANTIDA EM LOCAL FRESCO E AREJADO - LONGE DO SOL.



































































http://www.homemnacozinha.com/dica-como-fazer-conversa-de-pimenta/

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Extraindo o Dna do Morango


Objetivos
O objetivo geral dessa atividade é mostrar a importância da química e da biologia como uma forma de pensar e falar sobre o mundo, que pode ajudar o cidadão a participar da sociedade industrializada e globalizada, na qual a ciência e a tecnologia desempenham um papel cada vez mais importante, sobretudo no que se referem as importantes conquistas da ciência para a nossa vida.
O objetivo específico dessa experiência é entender os conceitos de genética básica e demonstrar como podemos identificar e extrair o DNA do morango como um bom modelo para esse tipo de estudo e atividade prática.
Introdução
A química trata das mais diversas questões e entre toda essa diversidade ela trata de questões relacionadas à vida como um todo, mas o ramo da química que trata essas questões vitais é a bioquímica. Utilizando a bioquímica nós trataremos de algumas questões relacionadas ao DNA. Começaremos descrevendo o que é o DNA.
Todos os organismos vivos armazenam todas as suas informações genéticas codificadas e contidas nos ácidos nucléicos (DNA, ácido dioxirribonucléico e RNA ácido ribonucléico). A molécula de DNA é conhecida como a molécula da hereditariedade, pois dentro dela estão contidas todas as informações genéticas das quais o novo indivíduo necessita para ser formado.
Na molécula de DNA existem duas longas fitas de nucleotídeos que se enrolam formando uma estrutura de dupla hélice. Essa molécula se auto-reproduz e sintetiza o RNA que é uma fita simples que atua na síntese de proteínas. Cada nucleotídeo é composto por um açúcar, uma base e um fosfato, o açúcar é uma pentose do tipo desoxirribose no DNA e ribose no RNA. As bases são de 4 tipos A (adenina), C (citosina), T (timina ), G (guanina) para o DNA. No RNA a base T(timina) é substituída pela base U (uracila). Para as duas fitas se ligarem e enrolarem formando uma dupla hélice, as bases se conectam através de ligações formando pontes de hidrogênio entre as bases complementares (A e T, G e C no caso do DNA e no caso do RNA A e U). Quando ocorre a duplicação do DNA uma enzima separa as duas fitas da dupla hélice, e a informação contida no DNA é transferida para uma molécula de RNA, essa molécula é muito semelhante ao DNA, porém é constituída de um único filamento e sua função é reproduzir a seqüência de um dos filamentos do DNA, atuando como intermediário na construção de uma proteína. Cada uma das hélices do DNA serve como molde para a construção do novo DNA [1]
Material
Materiais Utilizados
Vidrarias e Equipamentos Utilizados:
• Béqueres de 250 ml
• Béqueres de 100 ml
• Proveta
• Tubo de ensaio
• Bastão de vidro
Reagentes e Substâncias:
• Água mineral
• Água destilada
• Detergente incolor
• ½ morango
• Álcool
Procedimento
Procedimento Experimental / Resultados e Discussão
Extração do DNA do morango
Em um béquer de 250 ml foram adicionados 90 ml de água mineral, 5 ml de detergente incolor e 1,5 g de NaCl, preparando uma solução de extração. Com o auxílio do almofariz e do pistilo, foi macerado ½ morango (sem as sépalas), em seguida mistura-se o morango macerado à solução de extração mexendo rigorosamente por 1 minuto. Em um funil pequeno foi colocado o filtro de papel, filtrando a solução preparada anteriormente (junto com o morango macerado), em um tubo de ensaio grande, preenchendo apenas ⅛ de seu volume.
Devagar adiciona-se álcool bem gelado até a metade do tubo (deixando-o escorrer pela parede do tubo). Na primeira tentativa foi possível observar que houve a precipitação de uma quantidade muito pequena de DNA, então mergulhou-se um palito de madeira na solução, porém não ocorreu o que se pretendia com tal procedimento, que seria a precipitação de mais fitas de DNA para a melhor visualização. Apenas na terceira tentativa foi obtido o resultado desejável, ou seja, assim que foi adicionado o álcool bem gelado houve a precipitação de uma grande quantidade de fitas de DNA do morango. Pôde-se observar melhor a fita de DNA retirando-a com o palito de madeira.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A QUÍMICA E SUAS MOLÉCULAS


“A química é tudo explosões e cheiros”. Nem todos os estudantes de química são atraídos para os cheiros e explosões do laboratório. Felizmente, existem várias moléculas orgânicas que cheiram muito bem. Experimentamos estas substâncias diariamente – quando usamos um gel de banho perfumado, saboreando as nossas refeições com ervas aromáticas, ou metendo o nosso nariz profundamente numa rosa. O ensino da química orgânica das fragrâncias naturais deverá motivar, até aqueles que detestam o lado tóxico e perigoso da química, a olhar para as fórmulas estruturais e as suas funcionalidades.
Para serem perceptíveis para o nosso nariz, os compostos químicos devem ser lipofilícos, pequenos (peso molecular <300 Da) e voláteis. As moléculas das fragrâncias escapam do seu fluído ou até do estado sólido para o ar.


O tecido sensitivo, chamado epitélio olfatório, é uma membrana da mucosa que se situa no cima da cavidade nasal. Os odores chegam a esta área aproximadamente 7 cm acima das narinas) no ar que nós respiramos; se por vezes o cheiro é familiar, cheiramos duas ou três vezes mais, forçando mais ar e mais fragrância a chegar á membrana sensitiva. Ali, as moléculas são dissolvidas na mucosa e ligam-se aos receptores olfativos que estão presentes no plasma da membrana das células sensitivas. As células enviam impulsos nervosos para o nosso cérebro, o qual aprende a associar o cheiro com a substância original (como uma rosa), permite-nos reconhecer o objecto até quando o objecto está escondido (como quando entramos em casa e percebemos que está um bolo no forno) ou então classificá-lo como desconhecido (como quando vamos pela primeira vez a um restaurante exótico).
Propriedades químicas semelhantes – cheiros semelhantes
Organizar os cheiros num número limitado de distintas classes não é tão fácil como definir os sabores básicos (doce, azedo, salgado e amargo). Os atributos típicos dos cheiros são: floral (jasmim), picante (gengibre, pimenta), afrutado (acetato de etilo), resinoso (fumo de resina), sujo (ovos podres) e queimado (carvão). Musk (muscona), câmfora, ranço (ácido isovalérico, ácido butírico) e pungente (ácido fórmico, ácido acético), são frequentemente adicionados a esta lista. Focando a concentração nos detalhes químicos, os grupos funcionais das moléculas das fragrâncias podem ser relacionados com odores característicos (Tabela 1). Os cheiros dos álcoois n- alifáticos, por exemplo, variam entre o herbal, rosa e madeira até ao laranja. Em contraste, os ácidos n- alifáticos cheiram a gordura, azedo, rançoso ou doce. Os aromas das frutas são ésteres compostos de ácidos orgânicos alifáticos pequenos com álcoois. Diferenças subtis na composição química levam a distintos cheiros, como o aroma de ananás do butirato de etilo e o aroma de albricoque do butirato de pentilo. Os cheiros vegetais dependem frequentemente de compostos organosulfurados. Uma estrutura em anel com um nitrogénio pode cheirar a comida assada ou fermentada, enquanto álcoois aromáticos (fenóis) são os componentes dos alimentos fumados.
A maioria dos exemplos na Tabela 1 é escolhida a partir de diferentes tipos de alimentos para tornar mais fácil a demonstração dos odores. Pode distribuir aleatoriamente amostras de plantas e comida numa superfície grande, e pedir aos estudantes para agrupar as amostras expostas de acordo com o seu cheiro (pode ajudá-los limitando os atributos a: “floral”, “rançoso”, “afrutado”, “vegetal”, “picante” e “fumado”). Quando os estudantes terminarem, deixá-los comparer os seus resultados com a classificação química da Tabela 1.
Tendo em conta as características estruturais, a questão seguinte é como usar o cheiro para distinguir entre estas diferenças nos grupos funcionais, tamanhos e forma global das moléculas. Em vários processos fisiológicos que ocorrem nas membranas celulares, um receptor é activado após a ligação de um substrato ao seu meio extra celular. Este princípio é frequentemente visto como uma chave que encaixa numa fechadura – apenas a chave correcta abre a fechadura correspondente – ou seja o ligando tem uma grande especificidade para o local de encaixe no receptor.
Tabela 1: Classificação de compostos orgânicos voláteis de acordo com os seus grupos funcionais e odores carcterísticos


Grupo Funcional
FonteExemploCheiro
Álcool
-OH
PlantasGeraniol, linalool
Mentol
Aroma- álcoois
activos> c3
Fresco, floral
Menta
Doce ou pungente
Aldeido; cetona
-CHO; >C=O
Gordura
Produtos lácteos
DiacetilComo a manteiga
Ácido (C1-C12)
-COOH
QueijoÀcido Fórmico
Ácido cáprico
Pungente
Como queijo de cabra
Éster, lactona
-COOR
Solvente (químicos usados como solventes )
Fruta
Acetato de etilo
Butirato de Metilo/etilo
Acetato de Amilo/butilo
Butirato de pentilo
Cola
Ananás
Banana
Pêssego
Pirazina
aromatica =N-
Comidas assadas ou fermentadas2-isobutil-3-metoxipirazina
2-acetil-tetrahidro-piridina
Earth, spice, green pepper
Popcorn
compostos de S-: alifáticos, aromáticos VegetaisDialildisulfeto
Ácido 1,2-ditiolano-4-carboxilico
Alho
Espargos
Fenóis (mono-, poli-)Alimentos fumadosGuaiacol
Cresol
Fumo de madeira
Receptores de odores
Algumas das características mais fascinantes da fisiologia do cheiro foram descobertas pelos vencedores do Prémio Nobel de 2004, Linda Buck e Richard Axel. Em contraste com o modelo simples mas específico da chave-fechadura que governa o sabor, o cheiro é governado por uma série de células sensoriais. Um tipo de molécula de fragrância interage com mais que um tipo de receptor, portanto a sensação global é criada por uma combinação de receptores activados. Quando testaram uma série de álcoois n-alifáticos em neurónios de ratos, Buck e os seus colaboradores descobriram que grupos de neurónios olfatórios eram activados. Por exemplo, o pentanol estimula fracamente um receptor chamado S3; o hexanol activa fortemente os receptores S3 e S25; o heptanol activa o S3, S19 e S25; o octanol activa o S18, S19, S41 e S51; e o nonanol activa o S18, S19, S51 e S83. Assim uma única molécula é reconhecida especificamente por múltiplos recptores odoríferos que trabalham em conjunto.
Este padrão de activação de receptors cria um vasto reportório de odores perceptíveis. De facto, estima-se que seremos capazes de recordar cerca de mil odores e distinguir entre uma ordem de magnitude mais, dependendo da nossa idade, experiência e sensibilidade natural. A nossa habilidade linguística para nomes de cheiros, fica no entanto atrás da habilidade do nosso nariz para distingui-los. A indústria alimentar treina peritos em reconhecer diferenças subtis dos cheiros. Por exemplo, os óleos essenciais diluídos ou compostos isolados representando um certo aroma são aplicados numa tira de papel inodoro e colocados num frasco de vidro (ver abaixo) .
Numa experiência destas, pode fornecer aos alunos orégão (1% carvacrol em propilenoglicol), rosa (1% óleo essencial em etanol), limão (10% óleo essencial em etanol), canela (5% cinamaldeído em propilenoglicol), aroma de fruta (5% em propilenoglicol) ou amêndoa amarga (1% benzaldeído em propilenoglicol). Tanto o aluno pode escolher duma lista de 20 odores como ele ou ela é questionado para descrever e nomear o cheiro sem a ajuda dos atributos (ver Experiência 1 na actividade da aulaw1).
Apresentação das amostras par um teste de cheiros. Os reservatórios de vidro contêm tiras de papel embebidas em óleos essenciais diluídos
Apresentação das amostras par um teste de cheiros. Os reservatórios de vidro contêm tiras de papel embebidas em óleos essenciais diluídos
Imagem cortesia de Angelika Börsch-Haubold
Os alunos identificando os cheiros
Os alunos identificando os cheiros
Imagem cortesia de Angelika Börsch-Haubold
Uma pessoa não treinada pode associar correctamente um cheiro com a sua fonte ou qualquer coisa que a contenha, mas falha na identificação da substância original. No decorrer duma avaliação sensitiva de comida que eu recentemente ministrei, apenas metade dos estudantes reconheceram o aroma do orégão; um quarto confundiu-o com tomilho ou manjerona, as quais são ervas relacionadas com aromas bem distintos. Contudo, alguns estudantes associaram correctamente o odor com sopa de tomate, a qual pode estar temperada com orégão. Dois terços dos alunos reconheceram o cheiro das rosas, alguns estudantes associaram correctamente com flores similares como o lilás ou a melissa ou com perfume, mas outros sugeriram incorrectamente menta, medicamentos ou pimenta. Quase todos os alunos reconheceram a amêndoa amarga, menta e canela, mas falharam a identificar a salvia e coentro.
Quando a origem de cada amostra foi revelada, toda a gente reconheceu imediatamente o cheiro que tinham identificado previamente, demonstrando que a memória olfactiva é bastante melhor que a nossa habilidade para dar um nome a um cheiro em particular.
Pequenas modificações na estrutura química – cheiros diferentes
A afinação da nossa maquinaria receptora permite-nos distinguir entre moléculas quimicamente semelhantes. Muitas fragrâncias tem origem em plantas, e as plantas produzem produtos que podem ser usados para demonstrar como pequenas mudanças na estrutura química de uma molécula odorante dá lugar tanto a um cheiro completamente diferente como pelo menos a um cheiro distinto (ver esquemas). Os exemplos são apresentados partindo dos seguintes princípios químicos:
  1. A elongação da cadeia carbonada: a adição de dois grupos metileno (‑CH2‑CH2‑) á molécula odorante do coco, g-nonalactona, dá origem ao odor do pêssego; a inserção de um grupo vinil (‑CH=CH‑) no benzaldeído (amêndoa amarga) dá origem ao cinamaldeído (canela).
  2. A mudança de um grupo functional: substituir o grupo aldeído da molécula de vanilina com um grupo alil (‑CH2‑CH=CH2) dá eugenol, a fragrância das couves. O álcool 1-butanol cheira a pungente enquanto o seu correspondente ácido carboxílico (ácido butiríco) cheira a ranço, manteiga ou vomitado.
  3. A adição de um grupo funcional: adicionando um grupo metóxi ao benzaldeído altera o seu cheiro de amêndoas para anis.
  4. Posição do grupo functional: o carvacrol, que tem um grupo –OH a seguir ao grupo ‑CH3, cheira a orégão, enquanto o timol, que tem um grupo –OH a seguir ao grupo ‑CH(CH3)2, cheira a tomilho; 1-propanol cheira como o etanol, enquanto o 2-propanol tem um cheiro doce (os números reflectem a posição do grupo –OH).
  5. Troca do grupo alifático e do anel aromático: substituindo o anel de benzeno do timol com ciclohexano produz mentol que tem um cheiro completamente diferente.
  6. Diferenças estereoquímicas: normalmente, um enantiómero de uma molécula aromática quiral exibe um odor forte enquanto o outro o do outro é fraco. Excepções notáveis são a (S)-(+)-carvona (o ingrediente aromático das sementes de alcaravia) e (R)-(–)-carvon4 (hortelã). O (S)-(–)-limoneno cheira a turpentine (pinheiro) mas o (R)-(+)-limoneno cheira a laranjas.
Compostos quimicamente semelhantes cheiram diferente
Compostos quimicamente semelhantes cheiram diferente
Imagem cortesia de Angelika Börsch-Haubold
Contudo, existem compostos que são estruturalmente diferentes mas cheiram de um modo similar. O ciclooctano, a cânfora e o 1,8-cineol tem todos um odor cânforico, apesar do cilooctano consistir numa estrutura ciclíca carbonada (C8H16), enquanto a cânfora e o 1,8-cineol serem ambos biciclos com um grupo funcional contendo um oxigénio. O chamado ‘toque verde’ das frutas e vegetais verdes (não maduros), que é adicionada aos cosméticos para dar um toque de frescura, vem de um grupo de compostos relacionado com os aldeídos C6 (cis-3-hexenal: tomates frescos; cis-2-hexenal: maçãs frescas; trans-2-hexenal: chá verde e preto, tomates frescos).
As plantas são as fábricas naturais de perfumes
Pelo uso de uma grande variedade de odores contidas nas plantas, pode-se combinar a química orgânica com a fisiologia do cheiro para demonstrar o quanto podemos perceber o nosso ambiente sem tomar realmente consciência disso. Se pretende focar a atenção no treino do sentido do cheiro, pode pedir aos estudantes para seleccionar diferentes soluções de um odorante por aumento de intensidade (ver experiência 2 nas actividades em sala de aulaw2). Estas duas actividadesw1w2devem estimular os estudantes para ligar situações do dia-a-dia com a química e torná-los curiosos acerca da descrição do nosso mundo em termos de compostos químicos.

Lavanda
Lavanda
Imagem cortesia de Angelika



Fontes
Buck LB (2004) Unraveling the Sense of Smell. Nobel Lecture, 8 Dec, Stockholm, Sweden.
Busch-Stockfisch M (ed; 2005) Praxishandbuch Sensorik in der Produktentwicklung und Qualitätssicherung. Hamburg, Germany: Behr’s Verlag
Malnic B, Godfrey PA, Buck LB (2004) The human olfactory receptor gene family. Proceedings of the National Academy of Sciences USA 101: 2584-2589
Malnic B, Hirono J, Sato T, Buck LB (1999) Combinatorial receptor codes for odors. Cell 96: 713-723
Steinegger E, Hänsel R (1988) Lehrbuch der Pharmakognosie und Phytopharmazie. 4th Ed. Berlin, Germany: Springer-Verlag
Opinião
Os alunos podem ser agradávelmente surpreendidos pela descoberta de que os compostos químicos não são apenas responsáveis pelos efeitos potencialmente perigosos e/ou desagradáveis, mas dar origem a agradáveis odores e sabores. As actividades que Angelika Börsch-Haubold apresenta aqui podem ser usados para demonstrar que a base dos cheiros reside na Química e que os nossos narizes são sensores químicos extremamente sensíveis, capazes de detectar variações subtis na estrutura molecular.
O artigo é aplicável á química orgânica em geral, com relevância especifica á tecnologia alimentar. Pode ser interligado com uma discussão do uso de aditivos alimentares de origem não natural ou à modificação genética de alimentos. Pode ser igualmente útil como apoio para a demonstração dos sentidos.
Matthew Fletcher, Reino Unido
Dra.  Angelika Börsch-Haubold, é uma farmacêutica e farmacologista com experiência, ensina regularmente no Fachhochschule Weihenstephan em Freising, Alemanha.